sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A FORNALHA DE FOGO DO CAPÍTULO 3 DE DANIEL

Hananias

– Misael

– Azarías

e a Fornalha de Fogo

Capítulo 3

A 1ª Grande Loucura de Nabucodonozor


“A EDIFICAÇÃO

DE UMA ESTÁTUA DE OURO

E SUA ADORAÇÃO”.

NOTA: Nabucodonozor fez quatro profissões de fé no Todo-Poderoso Senhor. As três primeiras profissões foram totalmente inúteis, vagas, descompromissadas, sem responsabilidade espiritual diante de Deus. Foram profissões carnais, repletas de emoções e de cunho político. A última, a quarta, foi DEFINITIVA e literalmente cheia de inspiração genuinamente espiritual e divina.

A primeira: diante de Daniel. 2:46-47

A segunda: diante dos três amigos de Daniel. 3:28-29

A terceira: diante do Império: 4:1-3.

A quarta: diante do próprio Deus (4:34-37). Conforme relato anterior, o rei de Babilônia, após sua primeira profissão de fé, cometeu uma loucura, uma tragédia em Babilônia, com reflexos sinistros no seu próprio trono.

OBS. Quando o homem manifesta uma fé apenas superficial, emocional, uma fé que não consegue mostrar os padrões divinos inseridos na mesma, certamente, as loucuras, acompanhadas de tragédias, continuarão tendo acesso à sua vida. Foi assim com Nabucodonozor que reconheceu Deus como o Senhor de Daniel, de Sadraque, de Mesaque e de Abede-Nego, mas não dele, o rei da Babilônia. Gostar do “Deus dos crentes” é uma coisa, aceitá-LO como O Senhor Todo-Poderoso e dar-LHE as honras devidas é uma outra coisa.

Nabucodonozor levantou uma Estátua de Ouro para Adoração Nacional no Campo de Dura: 3:1-7

Nota: “campo (planície) de Dura”. A palavra “Dura” procede do heb “círculo”. Na história de Babilônia aparece unicamente como “um campo provinciano babilônico”. Espiritualmente, no entanto, “Dura” aponta para a vida humana ou qualquer instituição em estado de egolatria (do grego “idolatria do ego”). Dimensões da estátua no campo de “Dura”, segundo o versículo 1.

à60 (sessenta) côvados de altura: Cerca de 30 (trinta) mts. Obs: 8 metros menos que a estátua do cristo redentor no Rio de Janeiro – que mede 38 metros de altura (e pesa 1145 toneladas).

à6 (seis) côvados de largura: Cerca de 3 mts.

àUm gigantesco monstro de metal reluzente, erigido na planície de Dura, objeto da vaidade, do orgulho e da influência idolátrica de Nabucodonozor. Um autêntico laço satânico contra o ainda recente privilégio político e prosperidade social dos amigos de Daniel, manifestos no final do Cp 2.

Denúncia – Acusação – Julgamento e Condenação de Hananias - Misael e Azarías : 3:8-23.

Obs: O estimado leitor conhece alguma “planície” (Igreja) de Dura, hoje?

Nota: Após uma profissão de fé de Nabucodonozor, as duas primeiras ações desse monarca foram repugnantes, maldosas, cruéis:

A edificação de uma grande estátua (trinta metros de altura e três metros de largura – confeccionada em ouro – O OURO aponta para a riqueza maior de qualquer nação, em qualquer tempo e ocasião) para adoração nacional.

Indiferentísmo espiritual contra o povo de Deus, acompanhado de denúncia acatada, julgamento e condenação dos três judeus amigos de Daniel (Hananias, Misael e Azarias), membros do povo de Deus em Babilônia.

Então, como explicar esses atos imundos e bárbaros de Nabucodonozor contra o Senhor, logo após uma profissão pública de fé no mesmo Deus ?????? àÉ como sair de um grande culto de adoração a Deus e pecarmos na porta do templo ou na primeira esquina. É como abrir os lábios hoje em agradecimento a Deus por triunfos alcançados e, amanhã, usarmos os mesmos lábios para proferir maldições. Precisamos avaliar bem o que sentimos realmente pelo Senhor! Os templos evangélicos sempre dividiram-se sentimentalmente: Existem aqueles que apenas gostam de Deus e aqueles pessoas que amam-NO. Há uma grande diferença!!!!!!!

Os Três Amigos de Daniel,

homens de confiança de Nabucodonozor (2:49),

lançados na fornalha de fogo ardente

Há coisas que Deus permite contra Seus filhos que a natureza humana jamais entenderá ou saberá explicá-los. São fatos que não se explicam jamais devido a sua natureza de intenso e indescritível sofrimento. A fornalha de fogo foi a primeira grande experiência espiritual prática dos amigos de Daniel na Babilônia.

PRESTEMOS ATENÇÃO: Deus escolhe o crente. Entretanto, o Senhor jamais chama-nos, nomeia-nos e envia-nos, sem antes passarmos por uma experiência espiritual prática com Ele no deserto (deserto é sinônimo de doenças, enfermidades, desemprego, carências extremas, dores, angústias, casa do oleiro, perseguições, cova de leões famintos, fornalhas de fogo, exílios, getsêmanis, calabouços, lutas intensas, agonias, etc. etc. - Os.2:14 ). Há fatos e coisas que Deus permite que jamais seriam aceitos pelo Céu (aceitar de forma saudável é o primeiro aspecto da vontade divina). Os hebreus (Hananias, Misael e Azarías) possuíam uma experiência espiritual prática com Deus. SIM!!! Basta lermos apenas o Capítulo 1 de Daniel!! É suficiente. Entretanto, esses três rapazes, conheciam o lado de Deus que apresentava-O como o Deus Criador e Redentor. O Todo-Poderoso de Israel. Conheciam a história de libertação da escravidão egípcia, da travessia do Mar Vermelho e da morte de Faraó e seus exércitos nas águas do mesmo mar, as providências divinas no grande deserto, os milagres, etc. etc. Conseqüentemente, optaram em permanecer adorando o Todo-Poderoso Deus em quaisquer circunstâncias ou tempos. É plenamente possível e até natural mudarmos de senhorio quando não conhecemos o verdadeiro “Senhor”. Quando O conhecemos: NÃO! NUNCA! JAMAIS! Muitos crentes deixam a Igreja do Senhor Jesus exatamente por não possuírem uma só grande experiência espiritual com Ele. Então, jamais confundamos crentes teóricos com crentes experientes.

3:19-25. O quarto homem na Fornalha de Fogo é, certamente, uma Cristofanía = Χριστoφανία (manifestação de Cristo) de forma especial no Velho Testamento.

Gn 31:11-13. Jz 2:1-5. 6:6-22

Que Termo Teológico é Usado

Para Essas Ocasionais Manifestações

da Divindade em Pleno Velho Testamento?

Theofánia

Theofánia trata-se do único termo neo-testamentário usado para identificar uma ocorrência em domínios do idioma hebraico, o Velho Testamento. Não há uma palavra hebraica específica para identificar O Anjo do Senhor no Velho Testamento.

O estudante bíblico não pode e nem deve confundir Theofánia com Theofanía. As etimologias das duas palavras se distinguem. Vejamo-las:

Θεοφανία – Theofanía = Etimologia: “festa (festa grega) em que se expunham as estátuas dos deuses” (do paganismo grego).

Θεοφάνεια – Theofánia = Etimologia: “aparição dos deuses” – “Manifestação da Divindade em algum lugar, acontecimento ou pessoa”. (festa do nascimento de Jesus Cristo).

Nota: A Doutrina da Theofánia, além de rica em termos daquilo que ela representa, relaciona-se como um dos maiores mistérios divinos na Velha Aliança.

Obs. Dentre os servos do Senhor no Velho Testamento, o Profeta Zacarias foi o mais contemplado no que diz respeito à visão de aparições da Divindade no Velho Testamento. Diversas vezes – em visão, Zacarias viu O Anjo do Senhor. Zc Zc 2.1; 3.1,2; 4.1.

Dn 3:25. A expressão “filho dos deuses” é a mesma coisa que “um deus”. Jesus, revelou: “Eu e o Pai somos um” (Jo.10:30). Isto é, assim como o meu Pai é Onisciente, Onipotente, Onipresente, Eterno e Imutável, EU TAMBÉM O SOU. Palavras do próprio Cristo em João 14:9 “...quem me vê a mim vê o Pai”. A Bíblia Sagrada não fala de três deuses santos e eternos, e sim de três divindades e um só Deus. Ambos possuem os mesmos cinco atributos não-morais. Entretanto, essa divindade obedece a uma hierarquia: O Pai, O Filho e O Espírito Santo [o servo fiel do Pai: Gen.24:1-12].

Operação de Maravilha Divina na Fornalha de Fogo na Planície de Dura e a SEGUNDA e TERCEIRA profissões de Fé de Nabucodonozor: 3:24-30.

Nota: Maravilha é tudo aquilo que Deus realiza e extrapola as leis da natureza. Ela encontra-se num patamar acima do milagre. Milagre é benção extraordinária; maravilha é assombro (heb. e lt.). Um dos termos hebraicos para a palavra “maravilha” é môpêt. As primeiras ocorrências de môpêt no Velho Testamento encontram-se em Êxodo 4:21. 7:3, 9. 11:9-10. Nestes versículos o termo refere-se à vara de Moisés que se transforma em serpente (7:9), bem como às dez grandes pragas que caíram no Egito. No latim, maravilha é mirabilia (notável). Sua primeira designação é: “ato ou fato extraordinário, surpreendente, admirável, assombroso”. A maravilha, então, conforme relato acima, é tudo aquilo que mexe na raiz da natureza, contrariando-a em seus princípios. Exemplos de milagres e maravilhas: Uma pessoa não nasce aidética, cancerosa, etc. Entretanto, se curada por Cristo, dá-se a isso o nome de milagre. Um grande e portentoso milagre. MARAVILHA, ao contrário, é o Senhor contrariando a natureza das águas do Mar Vermelho [Ex.14:15ss], do rio Jordão [Js.3:1ss], do Sol [Js.Js.10:12-15], da lei da gravidade [2 Rs.6:1-7], do cego de nascença [Jo.9:1ss], os três amigos de Daniel lançados dentro do fogo sem sofrerem o mínimo dano físico, contrariando aquilo que os homens esperavam que o fogo lhes fizessem: extermínio total até dos ossos, transformando-os em cinzas. No entanto, os três servos de Deus saíram intactos do fogo arrebatador, destruidor - [Dn.3:19-26]. Isto é maravilha.

No entanto, ainda não seria dessa vez que Nabucodonozor faria uma profissão de fé genuinamente santa, espiritual, convícta, dando a Deus soberania no Império Babilônico. Palavras do rei no Versículo 28 “...Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego”. No próximo capítulo, o Senhor humilha-o, enviando-o ao seio dos animais irracionais à margem da sociedade babilônica. Deus jamais se deixa escarnecer pela criatura [Gálatas 6:7].

Obs. A primeira estátua, a do capítulo 2, manifesta-se como elemento de um sonho noturno de Nabucodonozor; a segunda estátua, a do capítulo 3, trata-se de elemento da vaidade pessoal do rei da Babilônia. A estátua do capítulo 2 mostra um fato; a do capítulo 3 mostra-nos um outro fato. A do capítulo 2 tornou-se numa ameaça mortal contra os magos do rei babilônico; a do capítulo 3 ameaçou os amigos de Daniel. No capítulo 2 a estátua do rei desafiou o povo de Nebo, a grande divindade dos babilônios; no capítulo 3 a grande estátua desafiou o povo do Deus de Israel. A estátua do capítulo 2 subdividiu-se em ouro, prata, bronze, ferro e barro; a estátua do capítulo 3 trata-se de um elemento inteiramente coberto de ouro. A primeira estátua manifestou-se como elemento profético, procedente do Céu; a segunda estátua manifestou-se como elemento da idolatria babilônica. A primeira estátua foi levantada por Deus; a Segunda estátua, por Nabucodonozor. A primeira estátua manifesta os desígnios divinos para os homens terrestres; a segunda manifesta os desígnios de Nabucodonozor para satisfação do próprio égo.

Pr Joel Machado

Instituto Bíblico Enom

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