quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Primeira Carta de Pedro

Quadro Histórico

da Primeira Epístola de Πέτpος


Após cerca de 34 [trinta e quatro] anos de vida da Igreja de Jesus no mundo asiático <Ásia Menor>, uma perseguição inédita alastrou-se contra o povo do Senhor, atingindo frontalmente os fiéis de Cristo. A cidade de Roma, metrópole do Império Romano, fora incendiada de forma criminosa [crime atribuído a Nero César, quando por ocasião de suas frequentes loucuras] e, consequentemente, lançou-se aos cristãos a culpa do crime que destruiu parcialmente a capital do Império, a menina dos olhos do povo romano de então. De imediato, um outro fogo, aceso pelo Imperador Nero César, associado ao Diabo, alastrou-se à procura da Igreja. Nessa época, em todas as partes do mundo romano, tornara-se proibido não somente professar o cristianísmo evangélico, mas, até mesmo o nome “Jesus” tornara-se proibido no mundo de César. Paulo, nesse tempo, acusado como principal causador da destruição de Roma pelo próprio Nero, conduzido ao Tribunal Romano acabou exposto à pena capital: morte.

Dentre todas as demais anteriores perseguições movidas contra o povo de Deus membrado à Igreja Primitiva, a caçada humana não possuía antecedentes em termos de ferocidade e ódio. Milhares de cristãos foram conduzidos à arena romana, tombando mortalmente como alimento de cães e leões famintos ou diante da espada de militares tão imundos e agressivos quanto seus próprios comandantes. Matava-se crentes por prazer. As tardes de domingos eram períodos de diversão para Nero César, principalmente, por ser o maior matador de servos de Deus nos anais da história. Foi um tempo muito difícil de ser suportado. Os servos do Senhor eram caçados como animais selvagens e passivos de extermínio total. Outros servos de Cristo, no afã de encontrar refúgio, livramento, espalharam-se como peregrinos e forasteiros dentro do território da Ásia Menor. Entretanto, pelo fato do mundo asiático encontrar-se sob o domínio de César, nem sempre esses servos do Senhor conseguiram satisfazer seu intento. Foi exatamente num momento como esse que o Espírito Santo inspirou Pedro a escrever a esses peregrinos marcados para morrer. É fácil dirigir-se ao povo de Deus em tempos de calmaria, bonança, felicidade, alegria, gozo, festas etc. etc. Entretanto, falar ao povo de Deus em tempos de lágrimas, dúvidas, incertezas, perseguições, angústias, medo, pavor, desespero....é sempre dificultoso. É preciso ser homem de Deus escolhido e chamado para falar e convencer. É preciso trazer no próprio corpo as marcas de Cristo. Não somente deve-se conhecer a pessoa de Jesus, mas andar com Ele e ouví-LO. Pedro era tudo isso (1 Pd.5:1). Através de sua primeira carta, procura levar os peregrinos e forasteiros a firmarem-se na fé em Jesus e encontrar unicamente no Senhor o conforto suficiente no nas perseguições e sofrimentos. Recomendo a leitura de:


1 Pd. 3:8-22. 1 Pd. 4: 1-19

Esboço da Primeira Epístola de Πέτpος

Basicamente, a Primeira Epístola de Pedro divide-se em duas partes:

1. O Comportamento dos servos diante de Deus e dos Homens: 1 a 4.

2. O Comportamento dos Servos diante da Igreja do Senhor. 5.

Além da divisão simples acima,

a Epístola abre-se ainda para uma sub-divisão


I. A Saudação do Escritor da Epístola. 1:1.

II. A Segurança como Riqueza da Graça: 1:3-12. Aos servos de Jesus distantes e sozinhos, Pedro revela-lhes um quadro de riquezas espirituais, que permanecem firmes à disposição dos filhos de Deus, mesmo em tempos de provações e indignidades. Esses cristãos, leitores da Primeira Carta de Pedro, já tinham passado por um processo de renúncia, ao abrir mão à sua parte na herança terrena de Israel, a prometida terra dos antepassados. Pedro, entretanto, os chama a continuar renunciando em prol da verdadeira herança. A herança celestial. Fazer a leitura dos versículos 4-9. No versículo 6 encontra-se a alegria do cristão evangélico, independente das circunstâncias. Tiago ensina que os cristãos jamais se alegram pelas lutas, mas sim nas lutas.

III. A Sobriedade como Riqueza da Graça: 1:13 a 2:10. A vida de Deus é liberada pelo Espírito Santo no instante em que o crente apropria-se dos elementos básicos da salvação eterna. Sim, a salvação eterna possui elementos básicos e irreversíveis.

A Vigilância e o Auto-Domínio - As riquezas básicas da vigilância são A graça da prudência e o discernimento de espíritos [espíritos, no plural e com letra minúscula] - [auto-domínio é sinônimo de cruz na vida do crente. Carregar uma cruz é cumprir a Palavra de Deus na própria vida Gl.2:20] - 1:13-17.

O Sangue de Cristo. 1:18-21. O sangue de Jesus é o primeiro elemento vivo do duplo remédio divino no processo de salvação do homem. (1) o sangue – Rm.7:15-25 (2) a cruz – Gl.2:20.

O amor fraternal. 1:22. Amor – na expressão αγαπή - agapí (gr). É a única expressão de amor onde a entrega é sempre unilateral. A natureza do amor ágapí (sacrificial), sempre extrapolará todos os limites das circunstâncias em prol do elemento amado. Não importa tempo, lugar, classe racial, classe social, classe religiosa, etc. etc. Ama-se sem estabelecer fronteiras. Deus, O Pai, e Jesus, O Filho, os primeiros grandes exemplos desse amor, munidos de ÁGAPÍ, extrapolaram todos os limites em prol de uma humanidade não somente pecadora, mas inimiga do Céu. O Pai Eterno doou Seu único Filho à morte e, Esse Filho Amado, aceitou não somente a morte, mas todos os seus detalhes igualmente macabros – (João 3:16. 1 Cor.13:4-8).

IV. A Submissão como Riqueza da Graça: 2:11 a 3:12. No latim, submissão é “submissione”. Significa: *Ato ou efeito de submeter-se a uma autoridade, a uma lei, a uma força, obedecendo, sujeitando-se. *Disposição para aceitar um estado de dependência. No 2:11 encontramos os peregrinos e forasteiros.

O cristão é comparado a um peregrino forasteiro: PEREGRINO, porque não é terrestre. FORASTEIRO, porque está a caminho do Céu.

V. Sofrimento como Riqueza da Graça: 3:13 a 4:19.

VI. O Serviço para Deus como riqueza da Graça: 5:1-11.

VII. Observações Finais de Pedro. 5:12-14.

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